Imagem ilustrativa.| Foto: Unsplash
Por Laércio Oliveira
Em qualquer crise econômica, em toda recessão profunda, o emprego sempre é o primeiro a ser afetado e, na maioria das vezes, é o que mais demora a se recuperar. O Brasil e os brasileiros vêm amargando uma crise econômica que já se aproxima dos 10 anos de duração. Neste período, ainda amargamos dois anos de pandemia da Covid-19, que arrasou ainda mais o mercado de trabalho.
No fim do ano passado, o país atingiu o patamar de 14,7% de desocupação, um índice pior que em 2017 quando, no auge recessivo, tínhamos 13,7% de desempregados no país. Lentamente esse cenário vem mudando, mas ainda há cerca de 12 milhões de pessoas sem exercer atividade econômica formal. E mesmo entre aqueles que exercem uma ocupação, a situação não é fácil. Entre as pessoas ocupadas – 89 milhões –, há 7,7 milhões subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas. Também há 5,4 milhões de pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, porém não procuram trabalho por achar que não teriam a chance de encontrar – são chamados de desalentados.
Ainda que em um ritmo mais lento do que esperamos e, com certeza, desejamos, os números vão, aos poucos, sendo revertidos. Graças, sobretudo ao setor de serviços, que está na ponta do atendimento à população e que vem cumprindo o seu papel nessa que, esperamos, seja uma retomada consistente. Até o momento, foram criados abertos 770,5 mil postos de trabalho.
Em abril, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado recentemente pelo Ministério do Trabalho, foram gerados quase 197 mil empregos formais, com carteira assinada. Desse total, 60%, ou pouco mais de 117 mil vagas, vieram do setor de serviços. Um número que muito nos orgulha, mas que ainda pode ficar muito melhor.
O setor de serviços é amplo e tem um imenso espaço para contribuir na retomada do crescimento do país. Em nosso guarda-chuva estão todas as atividades que envolvem a comercialização de um produto e/ou serviço. Os exemplos mais comuns são as escolas, os bancos, os hospitais, os supermercados, os shoppings, os bares, os restaurantes, o setor de viagens, entre tantos outros.
Na hora da diversão, o setor está lá presente para te distrair com uma cerveja gelada, um lanche, um jantar romântico, uma viagem inesquecível. Na hora de educar seus filhos, as escolas estão de portas abertas. No instante da dor ou da doença, os hospitais ajudam a diminuir a sensação de impotência. Quando você precisa se alimentar os supermercados estão com as gôndolas repletas de opções.
Para atender a todos os brasileiros, são 55 milhões de trabalhadores ou 68% da mão-de-obra do país. O setor representa 63% de todas as riquezas produzidas no país. Por isso, é tão bom que estejamos bem. Precisamos de investimento, de infraestrutura, de qualidade no fornecimento de energia e água, de regras previsíveis e estáveis. Se tivermos tudo isso, podem ter certeza de que o salto será maior ainda. Se com todos esses gargalos já funcionamos como uma grande mola propulsora, imagine onde vamos parar se o país realmente olhar por nós?
Laércio Oliveira é coordenador de energia e insumos da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo
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